altruísmo
Estava eu no troninho lendo a ZH dominical, que nada mais é um jornal parado no tempo: editado no sábado, entregue no sábado e tentando transmitir notícias de um dia que está por vir. Enfim, enquanto me dedicava a procurar alguma coisa interessante numa publicação atemporal, leio uma notinha de capa falando de um gaúcho que pedalou 2.000km para ser voluntário no Pan.
Fechei o jornal. Mesmo sem ler a matéria, já imagino seu conteúdo. "Ajudar o Brasil"; "Exemplo de garra"; "comer estudantes de outras pontas do País"; "Sou eterno nessa terra, Brazzzillla". Enfim. O jornal irá ressaltar o esforço do rapaz, que pedalou por umas duas semanas, largou o emprego, terminou com a namorada, jogou suas roupas caras no lixo e deixou a barba crescer, tudo para ajudar nossos atletas brasileiros no Pan do Rio de Janeiro. Tudo lindo.
Na verdade o rapaz não está fazendo isso pelo País. O exemplo de garra, perseverança, amor, patriotísmo e libido no ar não é por uma causa nobre. É o contrário, egoísmo e uma busca por 15 minutos de fama. Raros são os casos publicizados onde o altruísmo prevalece, pois fazer o bem, ajudar o próximo, vem com uma bonita foto e uma reportagem bacana e sagaz enaltecendo o feito, acompanhada de milhares de "oooouuuunnnnnn" por todos.
Mas e o nosso ciclista? Poderia ter ido de avião, embora fosse embarcar lá pelo final do Pan. Poderia ter ido de ônibus, como milhares de pessoas fazem. Sem reportagem, sem glamour. Ajudar, tão somente. Transformar o voluntariado no seu real significado. Mas o ser humano sente falta de uma massagem no ego. Afinal, nosso herói já não está ganhando nada para ser voluntário. Ficar como anônimo ainda? Nem pensar. Que venha a publicidade!
Em tempo: Estou cagando para o evento. Minha previsão é de um FIASCO. Mas a culpa é minha por ser pessimista de carteirinha.
Fechei o jornal. Mesmo sem ler a matéria, já imagino seu conteúdo. "Ajudar o Brasil"; "Exemplo de garra"; "comer estudantes de outras pontas do País"; "Sou eterno nessa terra, Brazzzillla". Enfim. O jornal irá ressaltar o esforço do rapaz, que pedalou por umas duas semanas, largou o emprego, terminou com a namorada, jogou suas roupas caras no lixo e deixou a barba crescer, tudo para ajudar nossos atletas brasileiros no Pan do Rio de Janeiro. Tudo lindo.
Na verdade o rapaz não está fazendo isso pelo País. O exemplo de garra, perseverança, amor, patriotísmo e libido no ar não é por uma causa nobre. É o contrário, egoísmo e uma busca por 15 minutos de fama. Raros são os casos publicizados onde o altruísmo prevalece, pois fazer o bem, ajudar o próximo, vem com uma bonita foto e uma reportagem bacana e sagaz enaltecendo o feito, acompanhada de milhares de "oooouuuunnnnnn" por todos.
Mas e o nosso ciclista? Poderia ter ido de avião, embora fosse embarcar lá pelo final do Pan. Poderia ter ido de ônibus, como milhares de pessoas fazem. Sem reportagem, sem glamour. Ajudar, tão somente. Transformar o voluntariado no seu real significado. Mas o ser humano sente falta de uma massagem no ego. Afinal, nosso herói já não está ganhando nada para ser voluntário. Ficar como anônimo ainda? Nem pensar. Que venha a publicidade!
Em tempo: Estou cagando para o evento. Minha previsão é de um FIASCO. Mas a culpa é minha por ser pessimista de carteirinha.