globalização

Tenho um colega de trabalho italiano, muito simpático e que já foi alcoólatra. Como ele mora a muitos anos no nosso Brasil Varonil, é bem óbvio que ele não fala italiano comigo. Mas também não fala em português.

O digníssimo italiano conseguiu inventar uma língua própria que fica entre um italiano da zona do labor e do português-brasileiro do gaúcho metido a malandro.

Como eu tenho muita vergonha de dizer que não entendo picas do que ele fala, concordo quando ele concorda, faço cara de irritado quando ele se indigna e dou risada quando ele dá risada. Tudo na boa, coreografado e cheio de harmonia.

Só que sei lá, qualquer dia ele me manda tomar no cú, e como eu vou concordar, ele começará a rir e eu também. Vai ser legal esquisito.
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Bernardo Amorim | 11:06 |