eu passeando com o meu bisturi

Aí eu estava em casa bem tranqüilo né, deitado no meu quarto com meus pensamentos em ordem, quando de repente pulou de uma foto um duende. Ele gesticulava muito e salivava demasiadamente enquanto gritava para mim:

-aí você tem voz fina você é meio viado?
-ahn
-vamos navegar na sua imaginação.
-precisa levar dinheiro?
-talvez comida e uns chicletinhos.


Pegamos um portentoso balão e saímos a voar pelas colinas e vales de sonhos e pensamentos. "Mas que coisa mais incrível!", pensava eu, assistindo todas aquelas imagens que pareciam ter saído de um clipe da fase ácida dos beatles. Mas o duende nem bola, dirigia aquele negócio muito mal e botava nossas vidas em risco.

Navegamos por horas, e ele explicava que quando se viaja no pensamento devemos nos guiar pelo sabor do vento, sem forçar muitas respostas ou lembranças. O passeio vale a pena quando o viajante não busca respostas, mas as acha sem a intenção. Então ele me trouxe de volta para casa e me deu uma lição de vida, amor e amizade:

-taí entregue. agora eu vou fazer um churrasco. 10kg de carne dá pra 20 comer?
-claro. sobra até
-hehehehehehehehehe


E até hoje depois de toda essa aventura, não entendi algo crucial, que talvez nunca terá resposta: Por que diabos tive que levar um chicletinho?
| próxima »
| próxima »
| próxima »
| próxima »
| próxima »
| próxima »
| próxima »
| próxima »
| próxima »

Bernardo Amorim | 22:58 |