eu falo demais

Me chamaram para dar uma volta ontem à noite. Como de costume nas minhas férias, não estava fazendo absolutamente nada em casa, e um amigo de longa data se encontra pela cidade... bom, deu para entender, eu não queria ficar em casa coçando.

Antes de sair, resolvi treinar um pouquinho as minhas avançadas técnicas de bastão. Me posicionei na sala, tirei distância de todos os móveis e milhares de objetos que fariam minha mãe ter um ataque epilético caso eu quebrasse, e comecei a executar os movimentos, primeiro devagar.

Depois mais rápido, e mais rápido.

Como quem já leu o texto até aqui pode estar prevendo, aconteceu uma cagada. Não tinha calculado a distância do bojo e da lâmpada do ventilador, baixíssimo. Fodeu.

O barulho que aquela porcaria quebrando fez me assustou um pouco e alertou meu pai que minhas férias não são muito saudáveis para a manutenção do lar. Parado, eu assistia a chuva de vidro caindo em mim enquanto papai gritava:

-quê foi isso?
-a lâmpada, putz quebrei mal aí vou limpar.- cagado de medo.
-COMO?
-treinando bastão.
-mas tu não ia sair?
-onde tem uma vassoura?
-MAS TU NÃO IA SAIR?
-pois é... ia.
-barbaridade.

Mas eu não tenho culpa. Eu sou canhoto gente. @__________@

Descrição do jogo bejeweled:

Participe do emocionante puzzle que conquistou a internet como uma TEMPESTADE.

Parece que o blogger largou mão de ser muquirana e resolveu abrir um banco para hospedar imagens. Só que eles fazem um código html bem irritante, e fica bem modorrento escrever o post. Aí tem que editar tudo de novo, fazer um monte de copiar-colar... muito chato.

...

Pois é, eu sou muito babaca e vocês devem parar de visitar o meu blog.

Esse google maps é um prato cheio para os adeptos da teoria da conspiração. Se alguém duvida, dou como exemplo esse pequeno pedaço da cidade de São Paulo, tirada de um satélite e disponível para todo o mundo bisbilhotar.

Claro, quem não estiver borrado de medo embaixo da mesa enrolando papel alumínio na cabeça, vai se divertir por horas.

Tchau gente, essa semana eu vou passar no purgatório. Tenho provas na faculdade (TODOS os dias), exame de faixa no kung fu e qualquer outro tipo de decisão que vai alavancar minha existência para frente. Tudo em uma semana. NESSA semana.

Sei lá, torçam por mim, uma vez que seja. o/

Rua lotada, procurávamos um lugar para estacionar. Como de praxe, mais rápido que uma bala aparece um flanelinha para nos auxiliar nessa difícil tarefa. Com o carro estacionado, resolvi puxar um assunto com o leal guardador de carros.

-e aí, como é por aqui?
-ah, graças a Deus aqui é uma tranqüilidade. Não tem assalto, não tem morte, tudo graças ao nosso senhor Jesus Cristo. Como eu fiz bem em ter pago o dízimo, esse emprego é uma benção de tão seguro. Boa zona.

De pronto percebi que ele não iria pular com os braços abertos para evitar que nosso veículo fosse alvejado por qualquer coisa, nem que fosse um ursinho de pelúcia. Mas o que ele não entendeu muito bem foi a minha pergunta.

-cara, tô querendo saber do bar.
-ah
-é bom?
-ah sim, o bar é muito bom. O pessoal tembém né, muito tranqüilo, graças a Deus. Nunca dá briga, nunca dá assalto. Que emprego bom, Jesus amado.

Recém havia entrado na faculdade, passado para o turno da noite e começado a trabalhar. Como tinha terminado um recente e estressante namoro, estava gordo como um porco panda. sabe como é, a primeira porta para a calma sempre é a da geladeira.

Minhas perspectivas de uma vida saudável não eram as mais promissoras. O trabalho ocupava (e ainda ocupa) oito horas do meu dia e a faculdade outras cinco horas no mínimo. O resto, bom, eu tenho que dormir né gente. Mas precisava fazer alguma atividade saudável, que me deixasse feliz e ao mesmo tempo recuperasse o físico que, cá entre nós, estava caidaço.

- ai bê, tá afim de começar a malhar?
- cara eu trabalho o dia todo estudo a essa hora mimimimimi...
- mas eu achei uma academia que fica aberta até meia noite. vamo dá o confere.
- demorô.

A academia fica em cima de uma loja de sofás, e apenas homens malhavam gritando, olhando para seus braços e analisando a definição da panturrilha do colega. Coisa de macho pra caralho. Uma porta veio nos atender:

- oi.
- opa!
- a gente veio dar uma olhada na academia... tamo querendo ficar SARADO.
- blz... é isso aqui. e não tem frescura de esteira e o caralho. é puxar ferro! tem essa sala aqui que ficam os equipamentos e lá atrás... bem, lá atrás é pra fazer abdominal.
-ah.
- quem entra aqui é pra ficar grande!
- beleza, vamo nos inscrever amanhã. qual o teu nome?
- ferro.
- oi
- FERRO.
- @__________________________@
- jóia gurizada, cumprimenta aqui ó até amanhã abs.

Faz um ano que eu parei de freqëntar a academia, para começar a fazer kung fu. Talvez porque a musculação nao trazia a paz de espírito necessária. Talvez porque eu era imaturo ainda, e queria ficar bombado. Ou talvez eu deva parar de ficar escrevendo bobagem, parar de respirar e voltar pro trabalho.

Quem já pegou ali tá comemorando assim. Vai virar moda e tal.

Professora: -(...)e o policial se exclui da responsabilidade quando, ao ver que não vai alcançar o bandido, atira no pé...

Não muito distante do quadro negro...

Bernardo: -Hein?
Colega: -Ah, vai dizer que tu não entendeu?
Bernardo: -Claro que não entendi. Agora o policial não alcança o bandido e dá um tiro no pé? Digamos: "ooohhh não vou alcançar o bandido, vou me mutilar... *barulho de tiro com a boca*!" Isso é o quê? Autoflagelação? Fundamentalismo na bricada militar? EI, VOLTA AQUI QUE EU AINDA NÃO ENTENDI!

Textos pequenos, sem sazon e com pouca luminosidade estão creditados à minha falta de tempo para repousar sobre o teclado e pensar "pois bem, que fofura vou contar hoje?"

Muita calma nessa hora pessoal. Eu sou sensível e vocês precisam me amar. :~

Que todos vocês BROXEM.

-você dança bem...
-obrigado. você também.
-estou sentindo um calor... isso eu acho que é...
-amor? tesão? sedução? libido? no ar?
-isso, ou reflexo da menopausa.

Fiquei sim ;D

Pô, ontem eu tomei fanta e não fiquei bamboocha :~

Não sei se a coisa funciona mais ou menos assim com vocês, mas muitas vezes as melhores histórias e lembranças surgem na mente como um capítulo de sitcom, com começo, meio e fim muito bem definidos. O que aconteceu antes ou depois do fato que fica registrado muitas vezes é esquecido, e é o miolo do enredo que aparece na fita.

Pois é assim que eu lembro de um dos meus últimos dias de aula no ano de 2001. Como qualquer dia quente de dezembro, não sabia muito bem o que estava fazendo naquele lugar, trancafiado com 40 pessoas enquanto os passarinhos cantavam e as crianças cheiravam cola empinavam pipa lá fora. Mas toda essa enrolação serve apenas para contar como um colega contrariou todas as leis da física.

Estava eu sentado a mais ou menos 800 metros do quadro negro. Enquanto a professora falava coisas sem sentido que eu nunca vou aplicar em qualquer situação da minha vida, objetos começaram a ser arremessados para dentro da sala pela janela. Papéis amassados, seringas usadas e pedaços de corpos mutilados estavam sendo jogados pelos vizinhos da turma ao lado, e uma guerrilha começou.

Como quase todos os alunos estavam aprovados e eu reprovado mais uma vez, mandamos a professora tomar um refresco e respondíamos a ofensiva com um contra-ataque muito bem elaborado. As janelas eram paralelas, e acertar o alvo era uma tarefa de pura precisão.

Pois sabe-se lá como, (e é aí que eu digo que a história não se preocupa em encontar meios ou fins, mas simplesmente montar um filme na lembrança) um colega muito estranho da artilharia inimiga conseguiu o impossível: Lançou um cuspe certeiro no peito do meu colega de aula. Algo praticamente impossível, pois ele teve que fazer o catarro percorrer uma curva de meia lua.

Todos nos surpreendemos. Como ele teria feito aquilo? Como reuniu tanta saliva para mandar o cuspe com a força de um tiro, e fazendo curva ainda por cima? São perguntas que ficaram para trás, pois a hisória termina no catarro, nos deixando uma lição apenas: estivéssemos nós assistindo aquela aula de física, saberíamos responder a altura. Realmente, o colégio ensina coisas para toda uma vida.

A cidade está um saco.

Ignorante gosta de samba-cachaça-e-bunda e não esconde isso de ninguém, muito diferente do intelectualóide, que também gosta de samba-cachaça-e-bunda, algo bem mais divertido que [insira sua banda emo aqui], brownie de morango e a amiga da filosofia que é lésbica e não te dá mole nunca. Mas como eles não podem mudar o mundo, ficam querendo parecer indiferentes, recitando poemas parnasianos e reclamando como tudo seria mais doce se todos usassem óculos de aro grosso, camiseta curta e tênis reciclável.

Quero ver como essa gente vai educar a futura geração que está por vir.

-aí pai, vamo pular corda?
-ô fihão, vamo fazer algo mais conceitual, tipo tirar foto daquela pedra ali...
- @____________________________@
-tá vamo.

no quintal...

-joaninha pulou casinha na casa da joaninha...
-que merda é essa?
-cantiga de corda, paiê.
-negativo, não vamo cantar essa coisa pobre... toma aí, essa é a letra quente.
-pô pai, isso é chato...
-*tapa na nuca* isso é pierrot do los hermanos! já pro seu quarto!

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-aí pai, vamo bater uma bola lá no parque!
-que bola o que filhão, olha só o que eu fiz pra ti!
-que é isso?
-um blog!
-ô______________________ô
-e o template, saca só! fui eu que fiz! pode começar a escrever algo, e DECENTE que eu vou te linkar!

Isso se eles tiverem filhos, claro.

Como estou sem idéias para escrever sobre coisas atuais, e não ando fazendo nada de interessante, convido vocês a embarcarem na minha mente em busca de alguma furada na infância. *faz cara de balão mágico*

***PLIM***

Sim, eu era o menor e mais novinho da turma (8 anos), mas era estiloso e sagaz. Com minha bicicleta cromada de câmbio shimano 76 marchas e uma camiseta de goleiro do palmeiras, saí junto com a farofada para abafar as meninas.

Era uma noite quente no horrível litoral norte gaúcho. Fomos até a rua de trás e achamos umas meninas de bobeira. O galanteio começou, como todo galanteio infantil deve começar: "gordas, burras, inúteis, kajuru". Do outro lado, os adjetivos não vinham de forma diferente.

Eu, corajoso e destemido desde aquela época, não murmurei uma palavra. Não sei se era o nervosismo por estar diante do sexo oposto ou por estar enrolado diante de tantas marchas, mas fiquei mudo e travado. Assisti aquele diálogo inteligente e fundamentado, até que a turma encheu o saco e foi embora. SABE-SE LÁ POR QUAL MOTIVO, EU FIQUEI PARADO.

Tentei murmurar alguma coisa, questionar, dialogar, mas só saiu um sorriso tímido. Elas, já treinadas e com a catimba dos diálogos arrojados, dispararam:

-tá olhando o que guri?
-e essa bicicleta de bixa?
-e essa camiseta de palhaço?
-VAZA DAQUI SEU BOSTA!

Engatei a marcha mais forte da minha superbike e decolei de lá, segurando o choro, com uma única idéia na cabeça: "mulheres... não sabem porra nenhuma de moda e estilo."